Black Lives
Matter, ou seja, "Vidas Negras Importam" é um
movimento ativista internacional, criado em 2013 por Alicia
Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi, e nasceu como
uma campanha online após a absolvição do guarda de rua George Zimmerman,
por ter matado a tiros o adolescente afro-americano Trayvon Martin. O BLM tem
como missão construir poder local para intervir na violência infligida às
comunidades negras pelo Estado, através da discriminação racial, brutalidade
policial, e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal.
O Black Lives
Matter adota a interseccionalidade, o site diz que:
“Reconhecemos,
respeitamos e celebramos diferenças e pontos em comum. Nos vemos como parte da
família negra global e estamos cientes das diferentes maneiras pelas quais
somos impactados ou privilegiados como pessoas negras que existem em diferentes
partes do mundo.
Somos guiados
pelo fato de que todas as vidas negras são importantes, independentemente da
identidade sexual real ou percebida, identidade de gênero, expressão de gênero,
status econômico, capacidade, deficiência, crenças ou descrenças religiosas,
status de imigração ou localização.
Estamos
trabalhando para um mundo onde as vidas negras não são mais
sistematicamente alvo de morte. Comprometemo-nos a lutar juntos e a imaginar e
criar um mundo livre de anti-negritude, onde todo negro tem poder social,
econômico e político para prosperar. Nosso compromisso contínuo com a
libertação de todos os negros significa que continuamos o trabalho de nossos
antepassados e lutamos por nossa liberdade coletiva, porque é nosso
dever."
Uma das
co-fundadoras, Patrisse Cullors, traz uma fala empoderadora sobre o movimento:
“Por isso,
quando Trayvon Marti foi assassinado e em 2013, quando George Zimmerman foi
absolvido, meu corpo e espírito foram movidos para a ação. Eu não podia
imaginar como, em 2013, uma pessoa branca passante poderia matar um menino e
não ser responsabilizada. Não queria que George Zimmerman fosse o período
da história. Não queria que o nome dele fosse repetidamente repetido pela
mídia, por seus colegas supmacistas brancos. [...] Criamos o #BlackLivesMatter
como uma comunidade online para ajudar a combater o racismo anti-negro em todo
o mundo. [...] Nos últimos seis anos, muitos de nós enfrentamos tanques,
balas de borracha, fomos forçados a fazer sentenças de prisão e prisão, fomos
vigiados, mentidos, chamados de terroristas, recebemos do FBI etiquetas falsas
e alguns de nós perderam a vida. Esses seis anos foram os seis anos mais
profundos da minha vida e os seis anos mais traumáticos e desestabilizadores da
minha vida. Porque nós merecemos mais do que aquilo que nos foi
dado. Porque merecemos a cura e a trnsformação e, o mais importante,
merecemos ser livres.”
No Brasil o #VidasNegrasImportam, surge com o mesmo intuito do movimento BLM nos Estados Unidos, para que a população negra, principalmente as favelas, não sejam mais alvos de operações policiais brutais e sem fundamento.
Nem mesmo em meio a pandemia do novo corona vírus polícias deixaram de matar a juventude negra e pobre das periferias, a exemplo de João Pedro que foi morto a tiros dentro de casa. O Movimento Vidas Negras Importam, traz um sentimento de pertencimento e força, pois a população negra em situação de vulnerabilidade sabe que ela não está mais sozinha, que alguém a vê.
A indignação com as
mortes brutais construiu esse movimento e nos trouxe até aqui, mas, como diz
Cherizar Crippen, uma das líderes do BML: “O que virá a seguir? Estamos de
olho. Que esta geração seja a última a desvalorizar a vida negra.”
O site Geledés,
por meio da colunista Luiza Sahd, traz uma observação importante sobre o
movimento on-line, que por vezes soou pouco consciente por parte de algumas
pessoas na internet:
"A princípio,
o apoio massivo a essas iniciativas pode parecer uma excelente notícia para o
movimento – que precisa muito mesmo de visibilidade. O problema é quando a
adesão não passa de ostentação vazia de virtudes e acaba atrapalhando quem, de
fato, está se articulando para denunciar atos de racismo.
Bom exemplo disso
foi a viralização de fotos pretas acompanhadas pela hashtag #blackouttuesday. O
objetivo era promover, nas redes sociais, uma espécie de apagão como pausa para
reflexão em respeito e solidariedade às vidas negras perdidas.
Quem chegava
desavisado a essa articulação e incluía outras hashtags como #blacklivesmatter
em sua publicação, acabava atrapalhando a busca de notícias sobre as
manifestações nas redes, já que cada hashtag tinha um propósito diferente e
muito bem pensado."
REFERÊNCIAS:
- https://blacklivesmatter.com
- https://www.geledes.org.br/como-colaborar-com-o-vidas-negras-importam-sem-silenciar-o-movimento/

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